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Campos dos Goytacazes, Segunda, 06 de Maio de 2024

Artigo: Em defesa do Enem

Foto: Anderson Rangel


16/11/2010 13h00

Wadih Damous*

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cumpre o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes que estão concluindo ou já concluíram o Ensino Médio. Tem funcionado como critério de seleção para aqueles que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni) e já é usado por cerca de 500 universidades para o ingresso no Ensino Superior, em substituição ao famigerado vestibular.

No primeiro dia do Enem deste ano, falhas ocorreram em 21 mil provas. A maioria foi substituída a tempo, mas restaram prejudicados cerca de dois mil alunos, segundo estimativas do MEC. Isso, num universo de 3,3 milhões de estudantes que fizeram a prova em 1.698 cidades do país.

Uma parcela ínfima, mas logicamente detentora do mesmo direito dos demais. Os estudantes cujas provas apresentaram erros farão novo exame, sob as mesmas condições dos outros colegas.

É certo que os erros ocorridos deveriam ter sido detectados pelos responsáveis. Também é inescapável o reconhecimento de que há problemas de gestão no Enem, falhas que precisam ser corrigidas para sua consolidação e aperfeiçoamento.

Cabe lembrar, aliás, que mesmo no exame semelhante pelo qual passam os estudantes nos Estados Unidos desde 1901, também houve problemas em 2005, quando, após mais de cem anos de experiência, 4,4 mil provas não foram corrigidas corretamente.

O que não é razoável é certos setores defenderem até jogar pelo ralo os R$ 180 milhões gastos nesta edição do Enem, quando é perfeitamente viável a aplicação de uma segunda prova apenas para os prejudicados. Esses setores têm se aplicado também a tentar desmoralizar o exame, sem dúvida um instrumento democrático de acesso à educação. A sociedade precisa ficar atenta aos interesses subjacentes que os movem.


*Wadih Damous é presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro

Artigo publicado no jornal O Dia, 16 de novembro de 2010



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