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Campos dos Goytacazes, Sexta, 03 de Maio de 2024

Artigo: A Terceira Idade

A Terceira Idade


29/09/2010 12h49

*LUIZ CELSO ALVES GOMES

A experiência na terceira idade é inigualável. O idoso após sessenta anos de idade terá conhecido o sucesso e o fracasso; o acerto e o erro; a verdade e a mentira; a alegria e a dor; os risos e as lágrimas. a conquista e a rejeição. Terá filhos adultos, terá netos. Terá tido perdas e ganhos, mas terá sobretudo vivido com intensidade a mágica da existência humana. Será um sábio. Será uma fonte de ensinamentos. Um manancial de conhecimentos. Um pós-graduado em paciência. Um doutor em compreensão. Um mestre com MBA da vida – competências que nenhuma instituição de ensino pública ou privada, nacional ou estrangeira poderá substituir.

Mas, lamentavelmente depois de tantos anos de lutas e vivências, depois dessa longa experiência, esse sábio é um anônimo e a sociedade não lhe dá o menor espaço para ocupar seu próprio espaço, um direito adquirido ao longo da vida. Inclusive no mercado de trabalho, grande parte das empresas dão mostras diárias de considerá-lo um inútil.

Ou sejam de forma absurda e revoltante, aquele sábio foi transformado em um ser ignorado, transparente ou invisível, únicas explicações para ausência de olhares e cumprimentos, para a absoluta indiferença diante de sua presença. É o único ser vivo que consegue ser um ausente mesmo estando presente.

Pela solidão, acentuada nas noites insones, o sábio estará vulnerável. E por estar vulnerável, estará frágil, sofrendo com o descaso, com o desrespeito e a indignidade com a qual é obrigado a conviver.

O idoso não quer pena, nem compaixão. Quer a mesma coisa que todos nós, crianças, jovens e adultos também queremos: atenção, carinho, respeito e uma chance que seja de demonstrar a capacidade de ser útil e produtivo.

Lamento muito por aqueles que se recusam a ter esse gesto de justiça e dignidade e dar ao idoso tudo que nós seres humanos precisamos. Espero que lembrem que o tempo é implacável e não tem a menor discriminação: chega para todos. Portanto, chegará amanhã para os insensíveis de hoje.

Mas são tantas as lágrimas escondidas…São tantas as depressões, melancolias e solidão…Para atender a essa demanda, há que se pensar numa pacífica revolução amorosa e de respeito ao idoso.

Portanto, vamos usar a sensibilidade, a fraternidade, o reconhecimento, o amor e o respeito ao ser humano.
Se estes valores de nada valem para uma sociedade, o que vale então?

* Advogado, Secretário e Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ, Presidente do Conselho da Comunidade da VEP/RJ.


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