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O pesadelo dos fuzis

05/11/2009
Por DR. JOSE CARLOS TÓRTIMA


José Carlos Tórtima*

No recente episódio da queda do helicóptero da Polícia Militar no Morro dos Macacos, voltaram os fuzis em poder do narcotráfico a marcar sua sinistra presença. Desta vez, com o abate de uma aeronave policial e a morte de três de seus tripulantes.

Em recente debate na Rádio Band, com a participação de um representante da PM, já havíamos externado a preocupação com o problema da falta de controle sobre o crescente número de armas de guerra em poder das grandes quadrilhas. É um problema que remonta a meados da década de 80.

Este material bélico, no qual se incluem até metralhadoras antiaéreas, em mãos erradas, é que faz a grande diferença, para pior, entre o Rio de Janeiro e os demais estados, transformando em pesadelo as operações de combate à criminalidade em locais, como as favelas, densamente povoados.

O poder de fogo dos criminosos não só inviabiliza a presença soberana do Estado nas comunidades dominadas, transformando-as em guetos de subcidadania, mas induz a uma radical redefinição das táticas de ação policial, avizinhando-as dos modelos de operações bélicas. Disso resulta inevitável incremento do risco para a população civil, independentemente dos eventuais abusos praticados pela polícia.

Espera-se, portanto, com o inestimável apoio das autoridades federais, um esforço concentrado das autoridades com vistas à identificação e desmantelamento das rotas, terrestres, marítimas e aéreas, de fornecimento dessas armas às quadrilhas. Trata-se de tarefa prioritária, de cujo êxito depende, com certeza, o sucesso da política de segurança pública do atual governo do Rio de Janeiro.


*José Carlos Tórtima é presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-RJ

Artigo publicado no jornal O Dia, 5 de novembro de 2009



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