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Campos dos Goytacazes, Quinta, 28 de Março de 2024

“Desaparecidos da Democracia”, pela modernização da polícia

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Por Felipe Santa Cruz


 

* Felipe Santa Cruz

Causaram repercussão nacional as imagens de policiais civis que, fortemente equipados, agiram de forma ilegal na alteração da cena de crime após tiroteio com traficantes de Santa Cruz, no Rio. Tais imagens denunciam uma fragilidade secular entronizada na cultura policial de grande parte do país. Afinal, mesmo tendo acesso aos avanços tecnológicos - comprovados nas vestimentas, armas e equipamentos mostrados na própria filmagem digital da ação -, há agentes das forças de segurança que ainda recorrem aos expedientes nocivos do século passado, como esta tentativa deslavada de forjar um auto de resistência.

Apoiamos as ações pacificadoras da Polícia e acreditamos no grande comprometimento e excelente trabalho do secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e da chefe de Polícia Civil, a delegada Martha Rocha. Esta, inclusive, prometeu punição exemplar aos agentes infratores e a elaboração de normas procedimentais que a partir de agora nortearão operações similares.

É o começo de um trabalho muito árduo. Devido a diversos fatores históricos e sociais dos últimos 50 anos, nossa polícia foi praticamente lançada em um estado quase que de guerra da Ditadura para (mais recentemente) atuar nos conflitos beligerantes dos morros cariocas. Aos poucos, esta realidade vem mudando. Deixamos a repressão absolutista para a livre Democracia, que aos poucos se consolida com - entre outros exemplos - a pacificação de comunidades e a cada vez mais expansiva distribuição de renda. O momento é propício para novas perspectivas sociais e para uma reestruturação, uma modernização, da Polícia.

É neste contexto que a OAB/RJ pretende contribuir lançando o “Desaparecidos da Democracia”, projeto em franco desenvolvimento que tem o objetivo de ser um grande movimento em prol da cidadania para, entre outros, discutir os autos de resistência – esta prática de registrar a morte dada em conflito e que encobre assassinatos de vítimas inocentes.

Queremos ajudar e apoiar as ações, em qualquer área do cotidiano, que respeitem os preceitos da Lei e estejam inseridas no que dita nossa Constituição Federal. E assim contribuir para a recuperação e credibilidade do Rio de Janeiro, sem deixar que tal momento se perca diante de uma inadequação da estrutura policial.


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